Yom Kippur

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 24 de setembro de 2014

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O Yom Kippur ou Kippur é um dos dias mais importantes do judaísmo. No calendário judaico começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês judaico de Tishrei (que coincide com Setembro ou Outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum de 25 horas, leituras bíblicas e oração intensa.

Proibições

Existem 5 proibições no Yom Kipur:

1.Comer (come-se um pouco antes do pôr-do-sol ainda na véspera do dia até o nascer das estrelas do dia de Yom Kipur);

2.Usar calçados de couro;

3.Relacionamento conjugal;

4.Passar cremes, desodorante, etc. no corpo;

5.Banhar-se por prazer.

A essência destas proibições é causar aflição ao corpo, dando, então, prioridade à alma. Pela perspectiva judaica, o ser humano é constituído pelo yetzer hatóv (o desejo de fazer as coisas corretamente, que é identificado com a alma) e o yetzer hará (o desejo de seguir os próprios instintos, que corresponde ao corpo). Nosso desafio na vida é “sincronizar” nosso corpo com o yetzer hatóv. Uma analogia é feita no Talmud entre um cavalo (o corpo) e um cavaleiro (a alma). É sempre melhor o cavaleiro estar em cima do cavalo!

Orações

Durante as orações fala-se o Vidui, uma confissão, e Al Chet, uma lista de transgressões entre o homem e Deus e o homem e seu semelhante. É interessante notar duas coisas: primeiro, as transgressões estão em ordem alfabética (em hebraico). Isto torna a lista bastante abrangente, além de permitir a inclusão de qualquer transgressão que se queira na letra apropriada. Em segundo, o Vidui e Al Chet estão no plural, o que pretende transmitir a ideia de que o povo judeu é um povo “entrelaçado”, onde todos devem ser responsáveis pelos outros. Mesmo não cometendo uma determinada ofensa, pretende-se transmitir uma carga de responsabilidade por aqueles que a cometeram – especialmente se a transgressão pudesse ter sido evitada por aqueles que não arcarão com as culpas.

O Dia do Perdão

Durante um longo ano comete o homem toda sorte de erros, atropelos, voluntários, involuntários. O processo da teshuvá (arrependimento, retorno ao bem) não poderá realizar-se magicamente em um dia. A tradição judia coloca ao mês de EluI, último do ano, como prefácio para ir preparando o homem para a reflexão profunda, até o grande caminho interior. Cedo, nas manhãs de Elul se ouve o som do shofar: Desperta povo!Uma semana antes de Rosh Hashaná, também durante a madrugada, se dizem as orações que se chamam “selichot” – perdões). O 1º de Tishrei é o grande dia, a base para um ano novo e um novo ano de vida. Depois seguirão nove dias até o dia do perdão. Dez dias, para aprofundar-se dentro de si, afastar o mal, aproximar o bem. O processo chega a sua culminância no dia 10º de Tishrei : Yom Kipur.A expiação, Kipur, na raiz hebraica, refere-se ao “que cobre”, ou seja, o castigo que envolve o ato perverso. Tudo o que se pode anular, deter ou parar é o castigo; mas não o ato cometido; esse ato está aí e a única maneira de superá-la é através de uma transcendental modificação da conduta pessoal posterior. Os atos são do homem, seguirão sendo dele, e a conseqüência, sua responsabilidade. Deus pode apagar o castigo, não o ato. O jejum – que acompanha todo o dia do perdão – por sua parte não faz milagre. O jejum do dia não sacrifica nada a favor de Deus, sendo que tal idéia seria eminentemente pagã. O que faz é reconcentrar o homem em seu espírito, afastá-lo, por algumas horas, da servidão do homem ao corpo e a suas necessidades.Observa-se também que as más ações ou transgressões têm duas polaridades: uma do homem em relação ao homem e a outra, do homem em relação a Deus. A primeira é a da vida diária, exterior, social e inter-humana. A outra, do âmbito da alma, é o segredo da consciência. A primeira é coisa de homens, e os homens têm de resolvê-la: “As transgressões que vão de homem a homem, não são expiadas pelo Yom Kipur, se antes não forem perdoadas pelo próximo “.Daí que se costuma pedir previamente o perdão de nossos semelhantes, se eles não perdoam, Deus não poderá intervir.

Jejum no Yom Kipur

É o dia do perdão – quando Deus perdoa a todo Israel. Durante esse dia, nada pode ser comido ou bebido, inclusive água. É permitido lavar a boca, escovar os dentes ou banhar o corpo. Somente o rosto e as mãos podem ser lavados pela manhã, antes das orações. Não se pode carregar nada, acender fogo, fumar, nem usar eletricidade. O jejum não é permitido para crianças menores de 9 anos, pessoas gravemente enfermas, mulheres grávidas e aquelas que deram a luz há menos de trinta dias.Se uma pessoa enquanto estiver jejuando passar mal, a ponto de quase desmaiar, deve-se lhe dar comida até que se recupere. Se houver perigo de uma epidemia, e os médicos da cidade aconselharem que é necessário comer a fim de resistir à moléstia, exige-se que todos comam.Existem outras proibições, além daquelas contra trabalhar, comer ou beber. As relações conjugais são proibidas, bem como o uso de perfumes e ungüentos, exceto para fins médicos. Além disso, sapatos e outras peças da indumentária feitas de couro não podem ser usadas no Yom Kipur, pois não se pode usar nenhum material para o qual seja necessário matar um animal.Após o Yom Kipur, espera-se que haja festa e alegria, não perdendo de vista o fato de que o feriado é um dia santo de júbilo.

A Guerra do Yom Kipur

A Guerra do Yom Kipur (em língua hebraica: מלחמת יום הכיפורים; transliterado: Milchemet Yom HaKipurim ou מלחמת יום כיפור, Milchemet Yom Kipur; também conhecida como Guerra Israelo-Árabe de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão (Ramadã, na forma brasileira) ou Quarta guerra Israelo-Árabe, ocorrida de 6 de Outubro a 26 de Outubro de 1973 entre uma coalizão de estados árabes liderados por Egito e Síria contra Israel.

A guerra começou com um ataque conjunto surpresa pelo Egito e Síria no feriado judaico de Yom Kipur. Egito e Síria cruzaram as linhas de cessar-fogo no Sinai e na Colinas do Golã, respectivamente, que haviam sido capturados por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias.

Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 24-48 horas, após o qual o cenário começou a se formar em favor de Israel. Na segunda semana de guerra, os sírios foram empurrados completamente para fora das Colinas do Golã. No Sinai ao sul, os israelenses atacaram em uma “brecha” entre dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o Canal de Suez (onde a velha linha de cessar-fogo ficava), e isolou o Terceiro Exército do Egito justamente quando o cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor.

A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O Mundo Árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança Egípcio-Sírio-Jordaniana durante a Guerra dos Seis Dias, se sentiu psicologicamente vingado por seu momento de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final. Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egito. Os Acordos de Camp David, que vieram logo depois, levaram à relações normalizadas entre Egito e Israel – a primeira vez que um país árabe reconheceu o estado israelense. Egito, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.

Resumo da Guerra do Yom Kippur

O Presidente Gamal Abdel Nasser do Egito, morreu em Setembro de 1970. Foi sucedido por Anwar Sadat, considerado mais moderado e pragmático que Nasser. Como meta de seu governo, resolve neutralizar a política expansionista do Estado de Israel e ao mesmo tempo assegurar a sua posição no mundo árabe. Decide, então, retomar a península do Sinai. O plano para um ataque a Israel sem aviso, em conjunto com a Síria, recebeu o nome de código Operação Badr (palavra árabe que significa “lua cheia”), que incluía a retomada do canal de Suez. Para tanto, os egípcios, recorrendo a possantes bombas de sucção e usando as águas do canal como agente de erosão hídrica, destruíram as fundações da intransponível barreira de 50 metros de altura, construída pelos israelenses com a areia do deserto para guarnecer toda a margem ao norte do canal de Suez contra os exércitos árabes. Desse modo, puderam abrir passagem nas fortificações integrantes da linha Bar-Lev, alcançando o lado desprotegido das casamatas israelenses e obrigando os israelenses a se render. Enquanto o Egito atacava as posições israelenses desprotegidas na Península do Sinai, as forças sírias atacaram os baluartes das Colinas de Golã.

Graves perdas foram infligidas ao exército israelense. Contudo, após três semanas de luta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) obrigaram as tropas árabes a retroceder, e as fronteiras iniciais se reconfiguraram.

Damasco, a capital da Síria, foi bombardeada. Uma das consequências desta guerra foi a crise do petróleo, já que os estados árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiram parar a exportação deste produto para os Estados Unidos da América e para os países europeus que apoiavam a sobrevivência de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a crise econômica mundial, a longo prazo a comunidade internacional não perdeu nada com esta dificuldade econômica; muito pelo contrário, vários países em todos os continentes aprenderam a usar fontes alternativas de energia, e inclusive algumas áreas do planeta começaram a descobrir que também possuíam petróleo, como foi o caso da região do Mar do Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos, da Venezuela, do México, da África do Sul, da União Soviética e, de lá para cá, também do Brasil.

Há que se levar em conta, contudo, que a redução na disponibilidade internacional de capitais agora destinados pelos países ricos à compra de um petróleo mais caro, fez com que os juros das Dívidas Externas dos países pobres aumentassem muito e, com isso, com que suas economias entrassem num período de grave crise que desembocou no caos que fez com que a Década de 1980 ficasse conhecida como “A Década Pedida”. Nesse sentido, o Brasil, que pautava seu “Milagre Econômico” na substituição de importações financiada pelo grande afluxo de capital a baixos juros, viu ruir seus Planos Econômicos (elaborados por Delfim Neto) e, com eles, todo o projeto de país sustentado pelo Regime Militar, o que possibilitou a redemocratização de 1985.

Por Ap Elson Oliveira

Com citações de David H. Stern e Joseph Shulan

Imagem: http://oscomunicadores.com.br/site/yom-kipur-o-dia-do-perdao-para-os-judeus/

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