Quem tem o direito sobre Jerusalém?

FONTE: Ministério Engel

ATUALIZADO: 12 de fevereiro de 2018

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Nos últimos dias, tem se levantado intensos debates sobre o status de Jerusalém nos mais diversos órgãos governamentais de instâncias internacionais. A intenção é chegar a alguma conclusão a respeito de uma disputa histórica entre Israel e Palestina, que se intensificou com o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos, abrindo assim um novo capítulo na história de um conflito que já dura quase 70 anos desde a emancipação da nação de  Israel.

O início desta história começa com o Patriarca Abraão há mais de 3 mil anos, quando Deus lhe fez uma promessa: dar a posse do território de Israel para seus descendentes.

“Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: À tua semente darei esta terra. Abrão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera” (Gênesis 12:7)

Desde então, Israel enfrentou no decorrer de sua história disputas com os assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos, etc.

Parte da região que a Bíblia denomina Canaã (Israel) foi nomeada pelos romanos de Palestina no ano 70 d.C., quando expulsaram os judeus de suas terras. A cidade que Melquisedeque  construiu, Salém, veio a ser conhecida pelo nome de Jerusalém, conquistada pelo Rei Davi 1000 a.C.

A cidade tornou-se tão importante que Apocalipse fala assim: “Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido”  (Apocalipse 21:2)

Início da história

Foi a partir de Noé que temos a primeira alusão a terra de Canaã, pois ele mesmo sentenciou que a terra que viria descender o nome de seu filho Cã. Ainda fez da terra de Canaã serva de Sem (de quem veio os semitas), e de Jafé ele fez as tendas de habitação de Sem. A terra de Canaã foi por muitos anos habitadas por vários povos, porém, em tempo oportuno, um descendente direto de Sem foi chamado por Deus para que pudesse reclamar a herança. Abraão era semita, ligado diretamente a Sem (Gn. 11.11-26). Então de Abraão veio Isaque e de Isaque veio Jacó, que gerou 12 filhos. Deles vem as tribos que herdaram a terra de Canaã, como foi profetizado por Noé.

Uma nação indestrutível

Esse é um dos títulos mais adequados para Israel, depois de enfrentar inúmeras guerras e batalhas, mas sempre vencendo e crescendo. Como pode uma nação ter tanto poder para permanecer de pé? A resposta está entre 2050 a.C. e 1800 a.C., num dos encontros mais enigmáticos de todos os tempos, o encontro entre Abraão e Melquisedeque.

Deus chamou Abraão para ser pai de uma nação e, por isso, Deus o abençoou de maneira profunda. Foram anos caminhando com o Senhor, erguendo altares e cumprindo a vontade do Altíssimo. Até que um dia uma notícia chega até Abraão — seu sobrinho foi levado cativo, pois a cidade onde morava havia sido sitiada por alguns reis.

Abraão se levantou para a guerra junto com 318 homens. Não eram soldados, mas Deus estava com ele. No final, alcançaram a vitória e seu sobrinho foi resgatado. Hora de voltar para casa.

Vencedores, tomam os despojos e vão em direção a casa. No caminho, se deparam com uma bela cidade, Salém (a futura Jerusalém). O rei sai ao encontro de Abraão com pão e vinho, símbolo de recepção. Este rei também era sacerdote do Deus Altíssimo, Melquisedeque.

A tradição oral dos sábios judeus afirma que, nesse encontro, Abraão é recebido na ordem sacerdotal de Melquisedeque, e a entrega do pão e do vinho seria a prova deste acontecimento. Uma benção é declarada sobre a vida de Abraão após a recepção:

“E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos […]” (Gênesis 14:19-20)

Abraão é consolidado debaixo dessa benção. Tomando sobre si a responsabilidade sacerdotal, Abraão entendeu que aquela cidade chamada Salém seria parte da terra prometida por Deus e toma a atitude de pagar a Melquisedeque o dízimo de tudo.

O ato de Abraão entregar o Dízimo e ser abençoado pelo rei e sacerdote Melquisedeque é um ato profético, selando a posse da terra para seus descentes. Por ser rei, Melquisedeque tinha o poder para liberar decretos na terra, e como sacerdote, podia liberar decretos no céu. Assim, Melquisedeque, ao receber o dízimo de Abraão, emitiu o decreto de propriedade selado na terra e no céu.

Era comum entre as nações impostos serem entregues em forma de dízimos para o rei. Os fenícios, povo da época de Abraão, já eram praticantes do dízimo para o rei, simbolizando a posse da terra e legalizando a geografia de seu domínio. Abraão, ao dar o dízimo, reconheceu que Melquisedeque era de fato rei e que possuía autoridade. Era como “a compra legal” da terra, que futuramente seria a capital Jerusalém. Deu o dízimo ao reino de Deus, pois ali estava diante dele um sacerdote do Deus Altíssimo, que levava a Deus essas ofertas (Hb. 7.8). Primeiro Deus promete a terra à Abrão, depois envia Melquisedeque para bater o martelo e então, consequentemente, no futuro a posse é dada aos descendentes de Abraão.

“[…] Abrão deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn. 14.20). Abraão selou a posse da terra em que estava pisando. O dízimo, para a monarquia, sela a geografia, assim como hoje nossos impostos garantem que não iremos perder nossas terras. Abraão levou ao céu um memorial que selaria a benção das gerações futuras, garantindo ser Jerusalém a terra dos futuros judeus.

“E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos, porquanto ele estava ainda nos lombos de seu pai quando Melquisedeque saiu ao encontro deste” (Hebreus 7:9-10).

Eis o segredo: o selo do rei Melquisedeque e a aliança selada com o dízimo garantem as bênçãos e a proteção de Israel. Ninguém pode destruí-los. Com o dízimo, foi legalizado de uma vez por todas as bênçãos sobre a nação, o sonho do patriarca. Desde então, a nação pratica o dízimo como um tributo ao “dono” da terra que lhes garante o direito de posse (Malaquias 3:8-10)

Por isso, o livro de Malaquias é concluído com o decreto de Deus para os descendentes de Abraão: “E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos exércitos” (Malaquias 3:12).

 FONTE: GUIAME, JOEL ENGEL

 

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